segunda-feira, 31 de outubro de 2016

i n s p i r a t i o n | bohème minimal

hoje trago-vos um dos apartamentos no qual me inspirei para decoração da minha sala. embora ainda seja um work in progress, o mood é mesmo este! 

há um ano atrás quando nos mudamos para Lisboa, aceitamos uma série de móveis provenientes de todo o lado e toda a gente. alguns vieram mas acabaram por não ficar, outros chegaram velhinhos e agora vivem felizes e de cara lavada, outros há... que pelo valor sentimental que têm para nós ainda cá estão, já para não falar da cadeira de vime que trouxe do lixo, liiiiinda de morrer e como nova... um dia destes, mostro!

 



quanto ao apartamento em questão... o elo condutor em todo ele é a natureza nas suas diferentes vertentes e as suas cores. flores, plantas, madeira, osso pontuam todas as divisões do mesmo. por falar em divisão, a forma como a sala de estar se abre para a sala jantar é AMOR PURO. para mim, as portas em branco sujo e o pavimento em madeira, com as réguas colocadas em espinha (efeito chevron) conquistaram-me à primeira vista! 

a vertente boémia simples e ecléctica, com objectos de família (até na casa de banho) e móveis com história, possivelmente herdados de uma tia ou encontrados nas ruas de Nova York são a cereja em cima do bolo. o mais interessante neste apartamento é o facto de individualmente, os móveis não serem propriamente os mais apelativos, no entanto no contexto, funcionam na perfeição.

assumo-me como a maior fã das contradições num espaço, de fundir o novo e o velho, manchar a pureza do branco com cores quentes e padrões e estampados criativos e provocadores, casar cerâmica tosca com a mais fina porcelana.
 



 

  

imagens retiradas da revista MilK decoration (online).
apartamento da ilustradora sueca Liselotte Watkins em Milão







quinta-feira, 27 de outubro de 2016

g e t - t o - k n o w | ana kraš



possivelmente já todos conhecem Ana Kraš, quer seja pelo seu trabalho enquanto designer ou pelo facto de ser namorada do músico Devendra Banhart... pois bem, aquilo que eu não sabia era que ela era a autora das famosas lanternas Bonbon. 

embora já os tivesse visto inúmeras vezes pelo Pinterest, sempre pensei que seriam peças de cerâmica, e como tal, nas minhas pesquisas a informação que me chegava nunca era coerente (pudera!). até que há um mês atrás durante um delicioso brunch no LX Factory com amigas, eis que, a propósito de um comentário acerca de uma outra artista, uma delas disse: "Leonor, se gostas desse tipo de abordagem, vais adorar o trabalho da Ana Kraš, sobretudo a colecção de lanternas dela!". curiosa como sou, apressei-me a procurar pelo site pessoal da designer e cheguei à conclusão que, os Bonbon, não só não eram potes de cerâmica, como eram da Ana, namorada do Devendra!
 
   



 
diversos exemplares de lanternas Bonbon das edições I, II e III no atelier da designer


na minha opinião, a particularidade das Bonbon (edição I, II e III) que as tornam mais interessantes é o facto de, por serem feitas à mão proporcionarem exclusividade às peças e sobretudo, por surgirem como o mote de partida perfeito para a elaboração de um espaço. a geometria simples e cores vibrantes proporcionam uma paleta cromática altamente versátil, permitindo inseri-las em praticamente todos os contextos e estilos.

embora tenha sido através das lanternas que a artista sérvia adquiriu maior visibilidade e reconhecimento, dedica-se também à criação e concepção de mobiliário vanguardista, das quais destaco a colecção de mesas "Slon" e mesas de apoio "Moon" e "Noodle" e a cadeira "Hug" e ainda à criação de peças em cerâmica e à pintura. 

 
 
 

elementos de várias colecções da artista Ana Kraš
na galeria de arte Les Gens Heureux em Copenhaga




segunda-feira, 24 de outubro de 2016

i n t e r i o r s | the french set


(paixão à primeira vista... ❤️)



 



todas as imagens retiradas daqui, por Julie Ansiau


em algumas palavras, este apartamento que poderá suscitar sentimentos ambíguos... é totalmente singular e deixou-me rendida... "delicado como cashmere", gráfico na postura e maduro nos detalhes.

este projecto en français totalmente pensado pela designer e d
irectora artística do projecto Sandrine Place e pelo designer de interiores Baptiste Legue, arrasou com códigos de cor interessantes, combinando a elegância e o arrojo entre o tradicional e o contemporâneo. os vários tons de cinza nas paredes, a cozinha aberta à sala, o mobiliário escandinavo por um lado, a banheira de cunho clássico... uma mistura de estilos e materiais, através da selecção de antiguidades e acessórios decorativos. todo o apartamento como um cenário meticulosamente pensado. 
 as malhas das mantas no quarto e dos pompons nas paredes da sala denunciam parte do DNA da proprietária, Marie Sixtine, uma conhecida designer de moda francesa que trabalha essencialmente as suas colecções a partir destas.

o que é mais curioso é que aquilo que mais me chamou à atenção em todo o projecto foi precisamente aquilo que me causou mais resistência à primeira vista. acredito, porém que talvez seja aí que resida a genialidade do projecto... 
a parede revestida com papel de parede, com uma conotação muito clássico-romântica na qual sobrepuseram iluminação decorativa neon sob a forma de uma nuvem e todo o drama encenado na zona da casa de banho, que a meu ver é completamente inusitado e apaixonante.


(não imaginam o gozo que me dá analisar ao pormenores estes espaços!!)

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

t r e n d s | blue and neutral*







hoje trago-vos um moodboard super inspirador para um ambiente "pré-natal". quero com isto dizer que antes do arranque das festividades, ainda nos resta algum tempo para nos aconchegarmos no quentinho do sofá, calmos e relaxados sem sermos invadidos pela euforia da época que se avizinha!
estas são, na minha opinião, as tendências outono/inverno 2017 que mais se destacaram no que diz respeito ao mundo dos interiores. desde das cores aos materiais, passando por texturas e padrões, todas entram numa harmonia perfeita que nos remete a uma tranquilidade que queremos que fique por mais algum tempo.


cores

sem dúvida que a grande aposta é no azul (e em tons neutros) 
azuis que podem ir do azul safira ao azul petróleo, finalizando no Niagara da  que eu tanto gosto e que faz parte da colecção ss17 da PANTONE®. recomendo ainda que espreitem as propostas da CIN da colecção "blue revelation" que são ma-ra-vi-lho-sas para quem gosta de azuis mais fechados, mais acinzentados.. um verdadeiro deleite o vídeo de apresentação dos mesmos:
   



materiais

o recurso à madeira continua intemporal, sendo assumidamente usada de forma não tratada ou pintada, remetendo sempre à ideia de usada e desgastada. o OBS e a cortiça, como materiais mais "alternativos" para a construção de móveis, divisórias e pequenos adereços decorativos. os metais continuam em força, destacando-se o ouro e o cobre. 



texturas e padrões | 

a suavidade e elegância do veludo nos têxteis, o engenho e delicadeza do mobiliário feito em palhinha (1 | 2), as tapeçarias feitas à mão e os macramés estarão em alta no que diz respeito à exploração de novas sensações e texturas em interiores (destaco o trabalho incrível da criativa Ana Morais da Casulo). os padrões geométricos irão predominar, embora haja igualmente espaço para o abstractismo e para a experimentação de outros tipos de padrões.



quarta-feira, 19 de outubro de 2016

m e e t - t h e - a r t i s t | christiane spangsberg



descobri o trabalho da artista Christiane Spangsberg através do Instagram e de uma paixão que tenho por desenhos de um traço só, os one-line drawings. o que mais me fascina nesta abordagem é a possibilidade de com um traço apenas, de uma vez só, praticamente na ausência de razão e de julgamentos internos se criarem obras de arte, robustas mas super delicadas ao mesmo tempo. um bom exemplo de como a impulsividade e experimentação nos levam a lugares bonitos, sobrepondo-se aos exaustivos estudos preparatórios que muitas vezes trazem consigo alguma frustração, para quem, como ela, sempre buscou a perfeição.

a fazer lembrar os desenhos e esboços de Pablo Picasso, uma das suas inspirações... eis que o trabalho desta jovem artista dinamarquesa chamou-me a atenção pelo cariz sensual, afirmando-se através da fisionomia do corpo e do rosto humano, das curvas da mulher e da provocação, quer pelo objecto em si ou tão simplesmente pela força do traço. 
a paleta cromática dos seus desenhos não se limita exclusivamente ao preto do traço e ao branco da tela, as influências do fauvismo de Henri Matisse e Andre Derain têm sido responsáveis pela introdução da cor, de forma sólida na delimitação de planos, nos seus trabalhos mais recentes.

curioso é o facto do estúdio/atelier ser a sua casa, quarto, sala... um sotão minimalista ao "estilo nórdico" que de algum modo parece transparecer e influenciar o seu processo criativo. a notória ideia de "caos" organizado, que manifesta o dilema da busca da perfeição no imperfeito!




Fotos do sotão-estúdio retirados da conta de Instagram

recentemente, alguns dos seus trabalhos foram inseridos num projecto de interiores num restaurante trendy em Sydney na Australia, o Paddington In., pelas mãos do arquitecto de interiores George Livissianis. este restaurante foi alvo de uma renovação, na qual se destaca a selecção de desenhos da artista Christiane Spangsberg intitulada de "how strangers meet", estrategicamente colocada numa parede de tijolo na zona de refeições.


"how strangers meet"
restaurante Paddington Inn (mais fotos aqui)


terça-feira, 18 de outubro de 2016

respirar é fundamental.


há já algum tempo que tenho pensado no quão importante é para mim ter um espaço onde me possa exprimir, onde possa partilhar com o mundo as minhas obsessões, tudo aquilo que me desperta a atenção e a vontade de olhar uma segunda vez para uma determinada coisa. acima de tudo um local onde possa respirar fundo...

na altura em que criei este blog, confesso que o encarei quase de imediato como uma espécie de obrigação... mais uma, principalmente na altura em que foi! convínhamos que não foi muito inteligente da minha parte, já que me encontrava a terminar de escrever a minha tese de doutoramento, tendo sido obviamente a receita infalível para que eu perdesse o ritmo e por conseguinte o compromisso.

no entanto, passados uns valentes meses e felizmente já com o canudo em mãos... aqui estou eu, de volta! sem grandes promessas nem pressões, espero que (re)comece algo de bom e inspirador para quem me espreita!